Amados
Todos já devem ter se deparado com o frenético barulho que as maritacas fazem. A etimologia das maritacas é interssante: "Maitaca", "baitaca", "humaitá", "maitá" e "maritaca" originam-se do termo tupi mba'é taka, que significa "coisa barulhenta". Tive a experiência de tê-las no período de 12 à 20 de janeiro passado no retiro espiritual com os Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola. Inácio de Loyola escreveu um roteiro a fim de ajudar os outros em seu crescimento espiritual: o livro dos Exercícios Espirituais. Consistem em um modo e um roteiro, totalmente fundamentado na experiência do santo, para ajudar as pessoas a perceber e acolher a íntima ação de Deus em sua vida, e acolhê-la em uma dinâmica de uma participação cada vez mais efetiva na Vida e na Missão de Jesus Cristo. Para mim foi um bálsamo espiritual. Na verdade esse já é o segundo retiro que participei. O primeiro foi no ano de 2006. Quis retornar para estabelecer uma força interior a fim de que eu possa vivenciar meu sacerdócio na busca de plenitude do sacerdócio de Jesus. Minhas experiências estão escritas em um caderno com 111 páginas. Foram narrativas de todo o retiro e das diversidades de contemplações ao longo de todo o processo metódico a partir das colocações feitas pelo padre jesuíta.
O silêncio é verdadeiramente promotor da vida. Só no silêncio da alma que há condições exatas de se encontrar com o Senhor. O silêncio é vivido a partir das consolações do Espírito, das desolações humanas e também na beleza da natureza. Intitulo esse artigo como "O silêncio das Maritacas" porque tive a oportunidade de estar num dos lugares mais privilegiados para a execução dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio: em Itaici -SP. Precisamente estive no Centro de Espiritualidade Inaciana. O local é sempre usado para as Assembléias Nacionais da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. E, contudo, só se ouvia entre os talheres batendo nas louças das refeições maiores, os pássaros e os gritos das maritacas que, sem dúvida, não foi capaz de gerar perda de concentração dos retirantes que ali estavam. Sem dúvida, elas eram uma espécie de símbolo da alma de cada pessoa que ali entregavam com coração sincero ao Senhor dos Senhores, o mestre Jesus. Aqui faço prevalecer meu louvor pela oportunidade rica que Deus me concedeu e não hesito em dizer que é recomendável para todos aqueles que querem se encontrar consigo mesmo e principalmente com o Autor e Redentor da vida. Faça a experiência. Estou a disposição.
Um abraço fraterno
Côn. Marcelo