Amados irmãos e irmãs
Essa é a terceira parte da série de artigos sobre a família. Tal artigos surgiram - e aqui faço lembrança - da palestra que fui chamado a realizar numa das escolas do bairro, no limite geográfico da Paróquia São Pedro e São Paulo. Busquemos conscientizar-nos como leitores a respeito de algumas virtudes que a família deve explorar uma vez que seus membros devem manifestá-las. Assim, nessa terceira parte, queremos estar refletindo sobre o DIÁLOGO EM FAMÍLIA. Ora bem, perguntemos, então: quais são os caminhos, etapas ou condições indispensáveis para chegar a essa feliz convivência? Tudo se apóia numa coisa fundamental: o AMOR; mas um amor que realize plenamente o que significa a palavra: doação e entrega mútua, pessoal e total. Sem esta doação ilimitada de todo o ser a outra pessoa, ou outras pessoas (família), buscando só o seu bem e felicidade, me sequer se pode conceber o verdadeiro amor e muito menos o amor-família. Quem não se dá, quem não se entrega, não DIALÓGA, portanto, não ama. Por isso, esta entrega-doação de si mesmo ao conjuge, aos filhos e a toda família deve revestir-se de certas "características". Vejamos: a) DIÁLOGO: entrega pessoal. O diálogo verdadeiro se dá quando se tem uma entrega pessoal, como diz o documento conciliar Gaudium et Spes, "de pessoa para pessoa" (GS nº 49). Isto significa que não basta entregar coisas (dinheiro, casas, comodidades), nem parte da pessoa (corpo, beleza). Só com isso não se pode satisfazer um homem ou uma mulher, nem tão pouco uma família. É preciso entregar a pessoa, e todas as outras coisas só serão sinal dessa entrega pessoal, ou significarão nada em ordem à verdadeira felicidade dialogal dos esposos e de toda família. b) DIÁLOGO: entrega integral, a todos os níveis do amor (filius, eros, ágape) e em todos os sentidos da vida; não é só uma questão de boas relações sexuais aqui para os casais, mas de todo o conjunto da vida matrimonial. O esposo ou esposa que se sacrificam e desvelam pelo lar, pelos filhos e pelo bem-estar de toda a família entregam-se inteiramente e sem reservas, mostrando assim que se amam realmente. c) DIÁLOGO: entrega recíproca ou mútua. Não basta a verdadeira entrega de um, se o outro se mantém reservado. Deve haver inteiramente doação de ambos esposos e de membros da família, para que, ao somar-se o dom de um e outro, com o específico de cada um, fiquem ambos enriquecidos, contentes, felizes. d) DIÁLOGO: entrega em Cristo. Tratando-se de esposos cristãos, isto é imprescindível. Também para cada membro da família é imprescindível. Só assim será realmente total e completa, e só isso será viver em perfeição com o sacramento do matrimônio, para os esposos, e também para toda a família, que a Igreja quer que seja intrumento de realização do Reino. Assim reza o Catecismo da Igreja: " Tornar-se discípulo de Jesus é aceitar o convite de pertencer a família de Deus, de viver conforme a sua maneira de viver: ´Aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos Céus, esse é meu irmão, irmã e mãe´( Mt12,50)" (C.E.C. nº 2233). Tudo isso para a felicidade em comum, num diálogo constante com as realidades pessoais e comunitárias a fim de que a maturidade da vida em família se realize e a vontade de Deus impere. Pensemos nisso.
Logo mais, portanto, teremos, novos artigos da série A FAMILIA, COMO VAI?
Abraço fraterno
Côn. Marcelo
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